Por que incomodamos tanto a direção da Petrobrás e tentam nos calar?
Por meio de seguidas ações judiciais, a direção da Petrobrás tenta nos silenciar. Em 2021, a atual gestão da empresa moveu um processo pra tirar nosso site do ar. Recentemente, impediram o uso do nome “Observatório Social da Petrobrás” nossas redes sociais. A justificativa é a mesma nos dois casos: má-fé e uso indevido da marca Petrobrás para enganar os leitores, se passando pela companhia. Mas sabemos o real motivo: nossas críticas à política desastrosa de Bolsonaro incomodam o governo, que quer nos silenciar. Sempre fomos transparentes sobre nossa origem e missão: somos ligados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e atuamos na elaboração de estudos críticos sobre a condução da companhia. Temos consciência da importância de nosso trabalho e não seremos silenciados. Por isso, abandonamos o nome “Observatório Social da Petrobrás” e passamos a nos chamar Observatório Social do Petróleo. Assim, nos protegemos de novas ações e seguimos a defesa intransigente de uma Petrobrás para os brasileiros.
Conheça o Monitor dos Preços dos Combustíveis: Essa ferramenta tem o objetivo de informar de maneira clara e simples, para que todos os brasileiros possam acompanhar a dinâmica dos reajustes dos preços dos combustíveis.
Última atualização: Julho de 2022 o Monitor dos Preços nos Postos e 19/10/22 o Monitor dos Preços nas Refinarias
Entenda o Monitor dos Preços
Desde a implementação do Preço de Paridade de Importação (PPI), os preços cobrados pelos derivados de petróleo no país não param se subir, chegando em 2022 aos valores mais altos da história. Mas são tantos aumentos que nos perdemos.
Neste contexto, o Monitor dos Preços do Observatório Social do Petróleo visa mostrar à população de forma atualizada e fácil os preços cobrados pelo GLP, gasolina comum, diesel S-10, GNV e etanol no território nacional. Quanto subiu em cada período, seus valores nominais e reais e a comparação com o salário mínimo.
O Monitor dos Preços utiliza dados da pesquisa mensal e semanal de preços do Levantamento de Preços de Combustíveis (LPC) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os dados serão atualizados semanalmente e o deflacionamento ocorrerá a partir do IPCA/IBGE.
Posteriormente adicionamos uma nova funcionalidade ao monitor, a comparação dos preços nas refinarias da Petrobras e da Acelen (primeira refinaria privatizada pela estatal, a Mataripe). Nesta parte do monitor temos por objetivo mostrar a diferença de preços cobrados pela gasolina e diesel no país entre uma estatal e uma empresa privada. Para isto utilizamos os dados de preços de refinarias da Petrobras e da Acelen, disponíveis em seus respectivos sites.
Valores nominais
Nos gráficos acima, podemos visualizar os preços médios mensais destes cinco combustíveis em termos nominais, ou seja, o valor da época: GLP, gasolina comum, diesel S-10, etanol e GNV. O início da série é julho de 2001, quando a ANP começa a divulgar este dado. Os valores iniciais são: R$ 17,195 para o GLP, R$ 1,68 para a gasolina comum, R$ 0,73 para o GNV, R$ 1 para o etanol e R$ 2,226 para o diesel S-10 – a série deste último começa em dezembro de 2012, ano em que o S-10 passou a ser obrigatório.
Valores reais (deflacionados)
No entanto, é difícil fazermos uma análise precisa de preços em um país onde a média de inflação anual desde a adoção do Real é de 6,82%. Por exemplo, R$ 1 em julho de 1995 equivale, atualmente, a R$ 5,11. Já R$ 1 em julho de 2021 representa R$ 3,36 hoje. Para contornar este problema, apresentamos também no gráfico os preços médios dos combustíveis corrigidos pela inflação (IPCA/IBGE). Assim podemos comparar os preços atuais com os valores reais de períodos anteriores. A título de comparação, a média de preço em valores de julho de 2021 para o GLP para toda essa série histórica (julho de 2001 a setembro de 2021) é de R$ 72,43. Ou seja, atualmente, o preço desse combustível é 36% superior à média. A gasolina comum está 20% acima do preço médio, o diesel S-10, 18%, o GNV 37% e o etanol 42% mais caro.
Salário Mínimo x Preços dos Combustíveis
Por fim, mostramos quanto representa cada um desses combustíveis em relação ao salário mínimo brasileiro de cada ano. Para isso, dividimos o valor nominal de cada unidade (litro, botijão de 13kg ou m³) em relação ao salário mínimo em vigor naquele ano. Podemos verificar que houve uma tendência de queda da proporção de combustível/salário mínimo ao longo da maior parte do século XXI, interrompido entre os anos de 2015 e 2017, quando a política de preços da Petrobrás mudou e os ganhos reais do salário mínimo se arrefeceram. O preço de um botijão de 13kg de GLP chegou a significar 5,7% de um salário mínimo em janeiro de 2015. Hoje ele equivale a 8,5%.
O preço dos combustíveis nunca foi tão caro
e você já deve ter ouvido muitas justificativas pra isso. Mas o interesse de poderosos políticos e empresários impede que você saiba o real motivo desse aumento. Saiba a verdade aqui!
Muitos pensam que o culpado pelo aumento dos combustíveis é o alto imposto. Entretanto, a média nacional do ICMS é a mesma desde 2014: 27,6%. O que mudou de 2014 pra cá foi a política de preços da Petrobrás.
O crescimento do dólar influencia, mas não explica sozinho o encarecimento dos combustíveis. A resposta está no Preço de Paridade de Importação (PPI).
SEGUNDO O SITE DA PETROBRÁS:
“Como base a Paridade do Preço de Importação, formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, por exemplo”
Site da Petrobras | http://www.petrobras.com.br
Em resumo, é a política de preços adotada pelo Petrobrás em 2016, no governo Temer, quando Pedro Parente estava no comando da empresa, e mantida por Bolsonaro e pelo atual presidente da Petrobrás, Caio Mário Paes de Andrade.
A Petrobrás produz em território brasileiro cerca de 80% dos combustíveis consumidos no país, mas nós pagamos como se eles fossem importados. Pagamos em dólar e até uma tarifa portuária e de transporte que não existe. Isso tudo mesmo com as refinarias operando em torno de 30% abaixo de sua capacidade de produção e com várias obras de refinarias paradas.