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Privatômetro | Direção da Petrobrás já privatizou R$ 198 bilhões nos últimos seis anos

O Observatório Social do Petróleo (OSP) lança nesta quarta-feira, 16 de junho, o Privatômetro, um instrumento que funcionará como uma espécie de raio-x das privatizações da Petrobrás. Uma das informações de destaque da página, instalada no site do Observatório, que também será inaugurado nesta quarta-feira, é a soma bilionária que as últimas gestões da companhia arrecadaram com a venda de ativos.
Segundo o Privatômetro, de 2015 até março deste ano, o plano de desinvestimentos abocanhou mais de R$ 198 bilhões – em valores atualizados pela inflação. O montante equivale ao dobro do lucro que os cinco maiores bancos do país tiveram em 2019.
O Privatômetro do OSP foi elaborado pelos economistas Eric Gil Dantas e Tiago da Silva Silveira, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps). O espaço foi criado para informar a população sobre os ativos da Petrobrás que estão sendo privatizados, os valores que essas transações envolvem e a consequências dessas negociações para o país.
A Petrobrás, segundo Dantas, vem enfrentando um forte processo de desmonte há pelo menos seis anos e suas gestões já se desfizeram de muitos ativos da estatal. “O Privatômetro vai permitir à população visualizar, de forma clara e objetiva, como está se dando esse processo de privatização e os impactos econômicos que gera ao povo brasileiro, além de quais ativos já foram vendidos, quando e por qual valor, sendo atualizado pela inflação e transformado de dólar em real”, afirma o pesquisador do Ibeps.
No seu lançamento, o Privatômetro trará uma sistematização das vendas de ativos da Petrobrás de 2015 a março deste ano, no período que seria o início do plano de desinvestimento da estatal até os dias atuais. A página apresentará ainda gráficos com a distribuição percentual da venda de ativos por segmento e nacionalidade das empresas compradoras e uma planilha completa de desinvestimentos.
Dados do Privatômetro apontam que a concentração das empresas que compraram ativos da Petrobrás está na América do Norte e Europa e a maior parte das unidades privatizadas refere-se ao segmento de Exploração e Produção (E&P). “Mais de 41% das vendas foram de ativos da área de E&P, o que mostra grandes contradições no discurso da empresa de crescer como produtora de petróleo e gás, já que abre mão das suas próprias reservas”, argumenta o economista.
Os dados disponibilizados no Privatômetro serão atualizados trimestralmente, na sequência da publicação dos resultados da estatal. Também serão divulgadas, periodicamente, pesquisas relacionadas aos ativos que estão em processo de privatização.

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